APL 840 O Arco da Moita (ou vale Fagundes)

Na estrada que liga Proença-a-Nova a Castelo Branco, no meio da bifurcação com o ramal que conduz a Vale das Balsas, há um arco de pedra negra que parece estar ali deslocado.
 O que se passa, segundo me informaram é que, quando foi construído, a estrada era muito estreita; as colunas de suporte assentavam nas bermas e era por baixo dele que passavam todas as viaturas que eram bem mais estreitas e em menor número que hoje.
 Depois, com o desenvolvimento do tráfego, houve necessidade de alargar a estrada e o ramal, e o arco esteve para ser derrubado, mas alguém fez ver os encarregados da obra que isso não era justo visto nele haver umas Alminhas, hoje destruídas por “vândalos” que até a caixa das esmolas arrancaram.
 Mas vamos à lenda:
 Conta-se que um garoto do Espinho há “muitos anos” — não referem data — ia à escola a Proença e descia o Vale Fagundes que, naquele tempo era muito temido por causa dos “medos”. Como era muito longe, o garoto passava ali de madrugada e, no regresso, já noite cerrada. A maior parte dos dias passava lá a chorar e queria desistir de ir à escola. Uma noite, porém, apareceu-lhe uma senhora vestida de branco que o aconselhou a ter coragem e a ser persistente no estudo, porque um dia havia de ser um padre muito virtuoso. Daí para diante, o garoto não voltou a ter medo, não desistiu de ir à escola e prometeu que, se viesse mesmo a ser padre, havia de ali mandar construir um arco para perpetuar aquela aparição.

Source
VILHENA, M. Assunção Gentes da Beira Baixa , Colibri, 1995 , p.103-104
Place of collection
PROENÇA-A-NOVA, CASTELO BRANCO
Narrative
When
20 Century, 90s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography