APL 3124 Lenda do Poço da Moura

Na nossa aldeia [Assares] sempre se constou que os mouros estiveram acampados com os seus cavalos junto à ribeira onde há o lugar a que chamamos o Poço da Moura. Lá perto, por baixo do cabeço da mina, há um cemitério e diz-se também que é o cemitério dos mouros. É por isso que o povo assegura que ali estiveram acampados muito tempo.
Conta-se que, numa ocasião, um dos mouros, para se fazer muito valente, pegou no cavalo quis subir as escarpas quase a pique. E que a mulher, de cá de baixo, lhe gritava:
— Vira pra trás! Vira pra trás! Olha os nossos filhos!
O mouro então lá se arrependeu, a pensar nos filhos, e fez estancar o cavalo para voltar para trás. E com tal força o fez, que as patas ficaram gravadas numa fraga. Ainda lá estão.
A mulher do mouro, para lhe agradar, pôs-se então a fazer os desenhos, estrelas, coisas que parecem letras, que estão lá também numa laje.

Source
PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2 , Fundação Museu do Douro, 2010 , p.234
Year
2010
Place of collection
Assares, VILA FLOR, BRAGANÇA
Informant
Júlia de Fátima Serapicos (F), 52 y.o.,
Narrative
When
12 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography