APL 178 N. Sª de Porto Salvo

A aventura do mar empreendida por audazes portuguesas desenvolveu-se num frequente diálogo com Deus. Perante a fragilidade das embarcações que de desafiavam a desconhecida imensidão e a portentosa força dos oceanos, por vezes tão hostis que se tornavam fatais, as tripulações nos momentos de aflição, só encontravam ânimo e segurança recorrendo à protecção divina.
 Regressava a Portugal, ajoujada de riqueza vinda da Índia, uma nau que tormentosa borrasca atlântica surpreendeu. Preste a soçobrar a tripulação, aflita já se via irremediavelmente perdida. Numa derradeira esperança, formularam, então, o voto de edificar uma ermida em louvor de Nossa Senhora, a que dariam a invocação de Porto Salvo, na primeira elevação que lobrigassem à entrada da Barra de Lisboa. A súplica foi ouvida e a bonança permaneceu até à vista do estuário do Tejo, com feliz sucesso.
  Chegados salvos a Lisboa, de imediato cumpriram a promessa, construindo a ermida no alto que assinalaram.
 A devoção a N. Sª de Porto Salvo rapidamente se expandiu, em especial entre a gente do mar, tornando-se a ermida num centro de romagem, não só dos fiéis das vizinhanças mas também de Lisboa. Cedo se instituiu uma irmandade e as naus da Carreira da Índia, quando passavam a Barra defronte de Porto Salvo, salvavam com tiros de artilharia a sua protectora.

Source
MIRANDA, Jorge Viagem pelas Lendas do Concelho de Oeiras Oeiras, Câmara Municipal de Oeiras, 1998 , p.16
Place of collection
Porto Salvo, OEIRAS, LISBOA
Narrative
When
16 Century,
Belief
Convinced Belief
Classifications

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