APL 570 Nossa Senhora da Encarnação

“the chapel of Our Lady of Incarnation belonged to the community of Povoa, but it was placed in Tinalhas. The people from Tinalhas stole the image during the night, but they claimed that the image disappeared, no-one knows how…” There was a big fight and those of Povoa kept the image and expelled the ones from Tinalhas in the feast of the saint. The ones from Tinalhas built a chapel, they bought another image, and they celebrate her on the same Easter Monday as the others. Several rhymes were made about the matter

Há na Póvoa uma lenda sobre a capela da Sra. do Encarnação que diz o seguinte: A capela da Sra. da Encarnação pertencia à Póvoa mas estava situada no terreno de Tinalhas. Foi naquele lugar da quinta do Sr. Visconde de Tinalhas porque havia lá um cabeço de Nossa Senhora da Encarnação no qual diziam que a Sra. aparecia a cavalo num burrinho (o cabeço é o mais alto desta zona e é espantoso como ele se segura). Começando as pessoas a ter muita devoção pela Santa, resolveram dedicar-lhe um dia de festa — Segunda-Feira de Páscoa — e fizeram-lhe um santuário. Nessa festa religiosa participavam as duas povoações, visto a Santa ter aparecido em terrenos de Tinalhas e ser também disputado pelas gentes do Póvoa. Começaram as bulhas e os homens de Tinalhas à noite roubavam a Santa, mas dizem, ninguém sabia como. No dia seguinte a Santa aparecia sempre na Póvoa. As pessoas da Póvoa diziam que não havia dúvidas de que a Santa preferia a Póvoa pois voltava sempre para lá. Mas a festa continuava a fazer-se com as duas povoações. Até que num certo dia, uma menina estava sentada no muro da cerca e veio um rapaz de Tinalhas que a empurrou. Aí ela caiu e vieram os pais de ambos. Houve uma grande zaragata entre as gentes da Póvoa e as de Tinalhas conseguindo os da Póvoa expulsar os de Tinalhas, tendo ficado com a Santa. As pessoas de Tinalhas estavam terminantemente proibidas de visitar a capela da Santa. Por rivalidade, estes fizeram uma capela, compraram uma Santa e começaram a fazer os festejos na mesma Segunda-Feira de Páscoa.
 Entretanto surgiram várias quadras que se cantavam por rivalidade.

Source
MOURA, José Carlos Duarte Contos, Mitos e Lendas da Beira Coimbra, A Mar Arte, 1996 , p.25-26
Place of collection
Póvoa De Rio De Moinhos, CASTELO BRANCO, CASTELO BRANCO
Narrative
When
20 Century, 90s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography