APL 607 A Fonte da Moira

Em Vista Alegre, a meio caminho do rio, para o lado da Gafanha, fica a Fonte da Moira, cuja lenda é a seguinte:
 A laje, onde a bica está encravada, ocupa uma superfície aproximadamente a quatro metros, toda ela cobertas de inscrições latinas gravadas. Pois, o povo, quando alguém indaga sobre a fonte, diz que esses dizeres goram ali gravados há muitos e muitos anos — ainda no tempo dos moiros — e contam a história do homem que se servia daquela água.
 Ele vinha de longe. Enchia os odres e lá os ia rolando até à sua casa. Mas, um dia, encontrou a fonte seca. Para a consertar, o homem foi tirando pedras, até que deslocou uma maior, deixando à vista um túnel. Curioso, meteu-se nele, mas não tornou a sair. E a água correu de novo na bica.
 Daí por diante, muita gente viu, em noites de lua cheia ou ao pôr do Sol, um homem decapitado com a cabeça assente nos joelhos.
 — Foi a moira que o matou, porque ele lhe quis roubar os tesouros — diz ainda o povo da Carvalheira.
 E fecharam, por isso, o túnel com aquela larga pedra; e, desde então, a fonte ficou a ser chamada Fonte da Moira.

Source
SOUSA, Arlindo de Origens Históricas e Filológicas de Expressão Popular, de Algumas Povoações e Locais. Lisbon, Revista de Portugal, 1961 , p.481
Place of collection
Carvalheira, TERRAS DE BOURO, BRAGA
Narrative
When
20 Century, 60s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography