APL 1929 [Argimela]

A história passa-se num sítio que é ao pé da Covilhã (e há uma terra, uma montanha e eu aprendi essa história quando era miúda porque vivi naquelas redondezas. A montanha, em baixo, [passa] o rio Zêzere, depois há uma terra que se chama O Barco.
E então as pessoas ali naquela zona diziam que a montanha se chama Argimela. E a razão porque é que a montanha se chama Argimela foi porque; no tempo dos mouros parece que havia ali um rei católico que tinha uma princesa muito bonita.
E então, os mouros, quando passaram por ali roubaram a rapariga e foram-na esconder na montanha. Mas depois de muitas buscas nunca conseguiram, até que um dia começaram a ouvir um choro. E então começou-se a dizer:
- No ar geme ela, no ar geme ela!
Porque ela desapareceu mas ouviam os choros dessa princesa. Por isso que a montanha se chamava Argimela.
(E isto, imagina, que eu ouvi isto quando era miúda e foi uma história oral que contava aquela gente, as pessoas idosas dali. Diziam que a montanha se chamava Argimela).

Source
AZEVEDO, Ana A Literatura Oral na Comunidade Emigrante Portuguesa em Montreal Faro, Universidade do Algarve, 2002 , p.# 130
Year
2001
Place of collection
Barco, COVILHÃ, CASTELO BRANCO
Informant
Patrícia Lucas (F), born at Castelo Branco (CASTELO BRANCO),
Narrative
When
7 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography