APL 3119 O Vale da Osseira (Versão B)

Na Fontelonga contam que, no tempo de Afonso III, de Leão, ou de Fernando Magno, quando estes conquistaram Ansiães, os mouros teriam fugido do castelo, através do postigo, porta do antigo salão da alcáçova, virado a poente, sobre despenhadas e grandes fragas. Os mouros, custosamente, por aqui teriam descido, contornando o monte na direcção da Lavandeira, e teriam seguido para o Seixo de Ansiães, descendo para o vale existente entre esta povoação e Vilarinho da Castanheira, um vale muito florestado e perigosíssimo na época, devido aos animais selvagens que por lá tinham o seu habitat. Os cristãos, apercebendo-se da fuga, os teriam perseguido, dando-se feroz combate, acabando por matar todos os infiéis.
Os corpos dos mouros ali teriam ficado expostos às intempéries e à depredação dos animais. Passados alguns anos, os poucos moradores que ali se atreviam a descer, ou a passar, encontravam imensas ossadas humanas, levando os populares a denominarem o sítio pelo nome de Vale da Osseira.

Source
PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2 Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010 , p.227
Year
1910
Place of collection
Fonte Longa, CARRAZEDA DE ANSIÃES, BRAGANÇA
Informant
Cristiano Morais (M),
Narrative
When
11 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography