BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958]

Dum’òcasieo, mê pedrinho qu’era mê sogro, stav’à namorar nema casa. Foi-s’imbora e cando tchegou ò aidro, vi ma sombra branca muito alta, qu’er’á Boa Hora. Sobr’ela vei logo a Má …

O noss’cabeço era muita rico. Na Laija do Pandão stavam lá mouras e mouros no tempo da mòrêma com meadas d’ouro stindidas na laija pra fazerem cabertores, e campainhas d’ouro. …

O imprêtêro foi prà fazer e apareê-l’um-damonho im fegura d’homa. Ele no sabia com’havi de fazer a ponte e o homa diz-l’assim:
 — Êlha, dá-me tu a tu’alma qu’ê faço-t’a …

Mnha ti’Rosa, duma òcasieo, era pecanina e foi às gestas com outras catchopinhas, prà Senhôra do Pé da Cruz, e incontrou lá ma moura qu’era ma mulher muito pecanina …

 Havia um homa que se tchamava Tobias e era travalhador d’inxada. Naquele
tempo no interravam os mortos e deixévam-nos plo terreno afora. O homa vinha do travalho co a inxada …

Havia um homa que vivia num coléjo. Dêxou morrer dois companhêros sim os últemos sacramentos. Morreu e Noss’Senhôr no le pôde dar o Céu. O Senhôr mandou-o pr’àquele convento a …

Um’òcasiêo, havia ma moura ali pró Rovim. Ia p’ra lá ma catchopinha co gado e todos os dias l’apracia aquela mulher muita linda. Ele dixe à mãe:
 — Elhe …

O Senhôr Sã Lázaro era soltêro. Vivia com duas irmãs, Marta e Badalena. Era muito com Noss’Senhôr e cando andava por o mundo ia a vejité-los a casa.
 Noss’Senhôr foi …

Era um homa casado e a mulher trocou-o por ma barreguéda de figos lambazes. Por isso diz o povo que o Sã Marcos que é-i-a vinte cinco d’Abril deit’às figos …

Sã Juquim e Sant’Ana no tinham familha e vei-l’aquela menima por mei de ma flor. A menina era muita linda, como nunca houve nim haverá. À idade de set’anos mandaram-na …