APL 1723 O lobisomem

Habia aqui uma casa que era dos duques. Aí, um homem saía de noite. A mulher daba conta que o homem saía de noite.
 Diz-lhe alguém:
 - Sabes o que tu fazes? Tu deixas-o sair e depois atrancas bem a porta, bem atrancada com ferros, porque depois os lobisomens têm patas de cabalo… e tu, depois, agarras acendes o forno e agarras em toda a roupa dele, calçado e tudo, metes dentro do forno a arder.
Quando aquilo estiber ardido, muitas chamas, muitas chamas, ele, desesperado, bem à porta e se tu abres a porta, ele mata-te!
 Enquanto o forno não amolecer a roupa e começar a abrandar, a abrandar…
 Assim, depois o homem quando aquilo estaba em labareda, ele bem à porta com as patas de cabalo… pimba, pimba…
 A mulher, coitada, cheia de medo, mas estaba bem trancada e o homem não conseguia abrir.
 Consoante a roupinha ia amolecendo, ia baixando, o homem ia amortiçando, amortiçando…
 Quando ardeu tudo, abriu-lhe a porta, o homem entrou: cortou-lhe o fado!

Source
AA. VV., - Literatura da tradição oral do concelho de Vila Real , UTAD / Centro de Estudos de Letras (Projecto: Estudos de Produção Literária Transmontano-duriense),
Place of collection
Nogueira, VILA REAL, VILA REAL
Informant
Áurea Gonçalves (F), 61 y.o., Nogueira (VILA REAL),
Narrative
When
20 Century, 90s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography