APL 1631 A grande mulher da mantilha preta

Uma beata, ainda hoje viva, levantou-se para ir á missa das Almas, a S. Paio mas enganou-se na hora. Quando chegou perto da Igreja, viu tudo fechado e só; mas do lado da viela da Misericórdia saía uma mulher muito alta com uma mantilha que lhe ia a rastos. “Vai-se confessar a S. Francisco” (a primeira missa depois da das Almas) — disse consigo a beata, vendo seguir a mulher para o lado de S. Francisco. Esperando pela hora da sua missa, a beata foi sentar-se à porta da Igreja de S. Paio, quando o relógio bateu meia-noite. De repente viu defronte de si a mulher de mantilha, mas, dizendo-lhe: “Credo! Cruzes! abrenuntio!” — a mulher desapareceu de repente, parecendo mais que ia pelos ares, que pelo chão.
Era o diabo, ou alma do outro mundo.

Source
SARMENTO, Francisco Martins Antígua, Tradições e Contos Populares Guimaraes, Sociedade Martins Sarmento, 1998 , p.119-120
Place of collection
GUIMARÃES, BRAGA
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography