APL 734 O lobisomem que corria sete adros

Há muitos anos, havia aqui em Barcos um [lobisomem] que era um cavalo que à meia-noite tinha de correr sete adros no espaço de cinco minutos. Diz que, por isso, corria que fazia chamas com as patas.
 E aonde quem o sentisse (sim, porque havia pessoas que o sentiam...), tinha que se arredar, que ele não olhava para o lado, era recto. E que aquilo era um homem.
 E uma das vezes ia a correr, e um senhor que sabia que ele ia fazer isso, que se conheciam, e ele que se pôs a uma esquina de uma casa e que, quando ele passou, lhe deu uma agulhadela com uma aguilhada dos bois (sabe o que é? Uma vara com um bico à frente para picarem os bois quando não querem andar, coitadinhos...).
 E então ele, ao ser picado, ficou nu. Quebrou-lhe o fado. E sabe que eles eram amigos? Se não, também não lhe faria isso... com certeza.

Source
PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro - Narrações Orais (contos, lendas, mitos) Vol. 1 Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2007 , p.137
Place of collection
Barcos, TABUAÇO, VISEU
Collector
Alexandre Parafita (M)
Informant
Maria Isabel Araújo (F), 76 y.o., Barcos (TABUAÇO),
Narrative
When
21 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography