APL 1663 Pojos (contra o diabo)

Uma mulher, a quem morreu o marido, esbagoou (chorou) muito e parecia inconsolável, quando, passado tempo, mudou de repente, tornando-se satisfeita como dantes. A mudança causou estranheza; e, perguntando uma amiga a razão deste mistério, teve em resposta a confidência de que estava satisfeita, como dantes, porque todas às noites falava com o marido.
 Tornou-lhe a amiga que o pretendido marido não era senão o diabo, e, se ela quisesse desenganar-se, não tinha mais do que pôr três folhas de pojos na porta, por onde ele costumava entrar, porque sendo o diabo, não entrava.
 A mulher assim fez e à noite, quando o suposto marido chamou da rua, veio abrir-lhe a porta; mas ele disse-lhe que tirasse o que tinha posto na porta; — que não; que entrasse...
 O vulto deu um estouro e desapareceu pelos ares fora.

Source
SARMENTO, Francisco Martins Antígua, Tradições e Contos Populares Guimaraes, Sociedade Martins Sarmento, 1998 , p.188
Place of collection
GUIMARÃES, BRAGA
Informant
Margarida (F),
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography